LÚCIFER (lat.) – O
planeta Vênus, considerado como a brilhante “Estrela Matutina”. Antes de
Milton, Lúcifer nunca havia sido um nome do Diabo. Pelo contrário, visto que no
apocalipse (XXII,16) o Salvador cristão faz dizer de si mesmo: “Eu sou... a
resplandecente estrela da manhã” ou Lúcifer. Um dos primeiros Papas de Roma
possuía tal nome e havia até, no séc. IV, uma seita cristã denominada os
Luciferianos. Lúcifer vem de Luciferus, portador da luz, aquele que ilumina, e
corresponde exatamente à palavra grega Phosphoros. A igreja dá hoje ao diabo o
nome de “trevas”, enquanto que no Livro de Jô chama-se “Filho de Deus”, a
brilhante Estrela Matutina, Lúcifer. Há toda uma filosofia de artifício
dogmático devido ao fato de que o primeiro Arcanjo, que surgiu das profundezas
do caos, foi chamado de Lux (Lúcifer), o luminoso “Filho da Manhã” ou Aurora
Manvantárica.
A Igreja transformou-o em Lúcifer
ou Satã, porque é anterior e superior a Jehovah e tinha de ser sacrificado ao
novo dogma. (Doutrina Secreta, I 99-100) Lúcifer é o portador de luz da nossa
Terra, tanto no sentido físico quanto místico. (Doutrina secreta, II, 36). Na
antiguidade e na realidade, Lúcifer, ou Luciferus, ´o nome da Entidade Angélica
que preside a Luz da Verdade, o mesmo que a luz do dia. Lúcifer é a Luz Divina
e terrestre, o “Espírito Santo” e “Satã” ao mesmo tempo (idem, II, 539). Está
em nós; é nossa Mente, nosso Tentador e Redentor, o que nos livra e salva do
animalismo puro. Sem este princípio -
emanação da mesma essência do puro e divino princípio Mahat
(inteligência), que irradia de um modo direto da Mente divina – com toda
certeza, não seríamos superiores aos animais. (I idem, II, 504). Lúcifer e o Verbo
são um só em seu aspecto dual. Equivale ao Ezanas-Sukra da Índia.
Trechos extraídos do livro:
Glossário Teosófico
Helena P. Blavatsky – página.328
Editora Ground - 1988