CONSCIÊNCIA – VIDA
Trigueirinho
EM
NOSSA CAMINHADA ESPIRITUAL, vamos transcendendo o conceito que em geral se tem
acerca de consciência. Para o senso comum vigente, consciência é a mente ou,
quando muito, o que vem do plano intuitivo. As pessoas polarizadas entre o plano
mental e o intuitivo, planos de onde vêm idéias, pensamentos e impulsos,
acreditam que sua forma de percepção é a consciência propriamente dita. Mas
nesses planos há só uma parte da consciência, a parte que se expressa ali. O
que existe na mente e no plano intuitivo não é a consciência pura, nem a
consciência completa do ser humano.
Para transcenderem seu conceito atual de
consciência, essas pessoas precisariam parar um pouco e observar seus
pensamentos. Ao fazerem isso, não deveriam confundi-los com a consciência. Da
mesma forma, também deveriam observar as idéias que lhes surjam sem tê-las
pensado sem confundi-las com a consciência. A partir daí, poderão encontrar o
que está além.
Há em nós algo maior, superior ao nível dos
pensamentos e das intuições, algo em que a mente normal não penetra. Se
ficarmos calmamente assistindo ao que se passa na mente, cientes de que tudo
aquilo é apenas uma parte da consciência, poderemos ter maior clareza.
Passaremos a perceber realidades mais profundas sem planejar, e começaremos a
nos identificar com esse nível superior que nos toca. Então, na presença de
algum objeto, pessoa ou situação, em vez de automaticamente nos envolvermos com
nossas idéias e preconceitos a seu respeito, veremos essas realidades.
Pode-se, por exemplo, estar diante de um
acontecimento e saber para o que ele vai servir, sem haver pensado; ou pode-se
estar diante de uma pessoa e perceber a realidade interna do seu ser. Quando
isso começa a suceder, nossa vida muda por completo. Passamos a compreender
melhor os fatos, a conhecer o outro mais verdadeiramente, sem chegar a pensar,
sem nos basear no que ele diz, no que vemos nele, no que achamos dele.
Nessa
descoberta, notamos que a consciência existe também nas coisas materiais que
nos cercam, nos ambientes. Vemos que tudo é consciência, que a consciência é
una. Quando atingimos esse ponto, passamos a entrar nos lugares com outra
atitude, porque distinguimos o que se poderia chamar de “consciência
ambiental”.
Tamanha ampliação traz significativo aprofundamento
à nossa vida. Nossos sonhos mudam de qualidade e, ao despertar, notamos que
algo se transformou em nós. A consciência vai trabalhando o nosso ser por
dentro. E em dado momento ela emerge, seja qual for o estado do nosso ser
exterior — queira ele ou não, possa ou
não segui-la. Ela romperá qualquer obstáculo e a veremos agir, veremos que nada
precisamos fazer para estar completamente imbuídos nela. É uma energia maior, e
mais cedo ou mais tarde nosso ser inteiro a seguirá.
A consciência começa a trabalhar o ser
pelas suas partes menos resistentes.
Pouco a pouco, contudo, outras partes vão integrando-se nesse processo, que a
tudo engloba: a matéria do corpo material, do corpo emocional e do corpo
mental, o ambiente, o mundo. A consciência, que é una, faz isso para penetrar
tudo e despertar a luz que há dentro de tudo, faz isso para sutilizar, elevar, expandir. Ela tudo transforma. É viva.
Sua expansão diviniza a vida. E a vida, ao ser divinizada, transforma-se ainda
mais e se torna, então, consciência pura.
(Texto
de uma palestra de Trigueirinho)
Trecho
extraído:
Boletim de Sinais
Nº 10 – página. 5
Maio a agosto de 2001
Irdin Editora
Nº 10 – página. 5
Maio a agosto de 2001
Irdin Editora
Irdin Editora
http://www.irdin.org.br/
Site oficial do Trigueirinho:
http://www.trigueirinho.org.br/
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